Taiwan testa mísseis antinavios durante manobras militares

Os mísseis – Hsiung Feng II e Hsiung Feng III – foram lançados com sucesso a partir de plataformas móveis terrestres e de navios da Marinha taiwanesa, tendo todos atingido os alvos definidos

Executive Digest com Lusa
Agosto 23, 2024
14:52

Taiwan testou hoje dois mísseis antinavios de produção própria durante exercícios militares na costa leste da ilha, para “verificar a defesa aérea conjunta e as capacidades de combate naval” face à crescente ameaça militar da China.

Este exercício de “lançamento de mísseis de precisão” teve lugar na base de Jiupeng, do Instituto Nacional Chung-Shan de Ciência e Tecnologia (NCSIST), situado na vila meridional de Pingtung, bem como em zonas marítimas e aéreas da parte oriental de Taiwan, informou o Ministério da Defesa Nacional (MND), em comunicado.

Os mísseis – Hsiung Feng II e Hsiung Feng III – foram lançados com sucesso a partir de plataformas móveis terrestres e de navios da Marinha taiwanesa, tendo todos atingido os alvos definidos, segundo imagens divulgadas pela Agência de Notícias Militares da República da China (designação oficial de Taiwan).

A Força Aérea também participou nos exercícios do dia, lançando mísseis de médio alcance MICA, Sky Sword II e AIM-120 a partir de caças Mirage 2000, F-CK-1 (IDF) e F-16, segundo o comunicado.

Os exercícios tiveram lugar no auge da atividade militar da China no Estreito de Taiwan, especialmente na sequência da tomada de posse do novo Presidente da ilha, William Lai (Lai Ching-te), em 20 de maio.

Nos últimos três meses, Taiwan detetou um total de 1666 aviões militares chineses a operar nas imediações do seu território, dos quais cerca de 1200 atravessaram a linha média do Estreito ou violaram a zona de identificação da defesa aérea (ADIZ) autoproclamada por Taiwan.

Neste contexto, Taipé propôs na quinta-feira aumentar o seu orçamento de defesa para um “máximo histórico” de 647 mil milhões de dólares taiwaneses (mais de 18 milhões de euros) até 2025, o que representará cerca de 2,45% do Produto Interno Bruto (PIB) do próximo ano, a fim de conter a China.

A China e Taiwan vivem autonomamente desde 1949, quando o governo nacionalista da então República da China se refugiou na ilha no rescaldo da vitória do Partido Comunista Chinês na guerra civil.

Em 01 de outubro de 1949, o líder comunista Mao Zedong (ou Mao Tse-tung) proclamou a República Popular da China, cujo governo foi reconhecido pela ONU, em 1971, como o único representante legítimo da China.

O regime de Pequim considera Taiwan uma província rebelde e ameaça tomá-la pela força se a ilha, com cerca de 24 milhões de habitantes, declarar formalmente a independência.

A ilha está separada da China pelo Estreito de Taiwan, com 130 quilómetros de distância no ponto mais próximo, que é uma das principais rotas de passagem das mercadorias da região para os mercados mundiais.

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